As alterações de cor na água podem ter diversas causas:
1. Canalizações em ferro:
Com o passar dos anos, as canalizações em ferro desenvolvem fenómenos de corrosão. Assim, a água que entra em contacto com o material das tubagens vai adquirindo uma tonalidade amarela / castanha. O aparecimento de cor pode ser intermitente, intensificando-se após períodos maiores de não utilização da água, ou seja, quando a água fica mais tempo em contacto com a canalização.
É por isso aconselhável que seja feita uma avaliação do estado de conservação das canalizações da rede predial.
2. Intervenções na rede:
Quando há necessidade de intervir na rede de distribuição de água, por exemplo, na sequência de reparações de roturas, é possível que entre alguma terra nas condutas. A entrada de terra é inevitável durante as referidas intervenções, o que faz com que a água saia das torneiras com tonalidade amarela / castanha ou até mesmo barrenta, após os períodos de falta de água.
As características normais da água deverão ser restabelecidas em pouco tempo. Caso tal não ocorra, deverá contactar a Águas de Cascais no sentido de se fazer uma avaliação no local por forma a solucionar o problema.
Por vezes, a água pode aparecer com um aspeto esbranquiçado quando sai da torneira devido ao excesso de ar acumulado. Quando ocorrem intervenções na rede, como por exemplo reparação de roturas, com interrupção no abastecimento de água, é comum que as condutas fiquem com ar. E é precisamente este ar que confere à água o aspeto branco.
Na realidade não se trata de água com cor, podendo comprovar este facto se colocar a água num copo transparente e verificar, após alguns segundos, que a tonalidade branca desaparece de baixo para cima do copo. Trata-se apenas de uma questão visual, sendo que a água pode ser consumida sem qualquer risco associado.
Passado pouco tempo da ocorrência, a água que sai das torneiras voltará a ter o seu aspeto normal.
O cloro, sob a forma de hipoclorito de sódio, é um desinfetante utilizado no tratamento da água para consumo humano, que permite manter a qualidade microbiológica da mesma.
A sua utilização não representa qualquer ameaça para a saúde, nas quantidades (muito baixas) utilizadas para tratamento da água.
O sabor / cheiro a cloro / desinfectante está associado ao processo de desinfeção a que a água destinada ao consumo humano deverá ser sujeita.
Este processo é muito importante, na medida em que o teor de cloro residual resultante deverá ser suficiente para impedir o eventual desenvolvimento de microrganismos em qualquer ponto desde a estação de tratamento até ao consumidor.
A legislação que estabelece os requisitos da qualidade da água para consumo humano, Decreto lei nº 306/2007 de 27 de Agosto, recomenda uma gama de valores para o cloro residual. Assim, o teor de cloro associado ao processo de desinfeção da água é monitorizado em contínuo, de modo a garantir o cumprimento dos valores recomendados e corrigir, de imediato, eventuais desvios.
A monitorização em contínuo minimiza eventuais oscilações no teor de cloro, no entanto, caso ocorram, podem ser facilmente perceptíveis por paladar e /ou olfato. Mediante a sensibilidade do consumidor, o limiar do sabor e/ou cheiro pode mesmo situar-se na gama mais baixa dos valores de cloro que devemos garantir.
A água desinfectada não é impropria para consumo, pelo contrário, ajuda a garantir a sua qualidade.
O valor do pH (potencial hidrogeniónico) traduz a acidez ou basicidade da água.
A escala do pH compreende valores entre 0 e 14, sendo que um pH igual a 7,0 indica uma solução neutra.
A legislação relativa à água para consumo, estabelece-se como valores aceitáveis, os que estão acima de 6,5 e abaixo de 9.
A dureza da água potável resulta da presença natural de sais de cálcio e magnésio, considerando-se “dura” quando existem valores significativos destes sais e “macia” quando estes se apresentam em quantidades menores.
O teor destes sais, de origem natural, deve-se à natureza geológica dos terrenos atravessados pela água antes desta ser captada.
A dureza da água em Cascais não compromete a qualidade da água distribuída para consumo humano.